Uáli, tenta se enconder!!!!

Sexta, 12 de maio de 2006.  Onde estava o Uáli?

Ontem, o ex-governador Geraldo Alckmin em entrevista a Silvia Amorim do Estado de São Paulo disse estar preparado e mais experiente para promover avanços. Realmente, temos que concordar… o cara tem know-how (seja lá o que isso significa!).

Por isso separei duas perguntas que considerei pertinentes ao pré-candidato que se lançará em campanha a partir de hoje: (Se vocês quiserem a entrevista está aqui.)

“Por que ser governador de novo?

Eu me sinto mais preparado, mais experiente para promover avanços ainda maiores. Entendo que o PSDB, nesse período que governou São Paulo, deu certo. A melhor prova disso foi que no ano passado o governo investiu mais de R$ 19 bilhões. Quem viu o governo do Estado 15 anos atrás praticamente com capacidade de investimento negativa, obras paradas, Banespa sob intervenção, o Estado com dívida. Acho que o PSDB em São Paulo estabeleceu um novo paradigma de gestão. Há desafios, mas avançou muito. (Grifo nosso)

Como avalia a atuação do PSDB na segurança pública? As estatísticas mostram um aumento dos homicídios e roubos no início deste ano.

Um dos grandes trabalhos que fizemos foi na segurança pública. (grifo nosso) São Paulo tinha, em 2000, 12.800 homicídios. Foram 4.600 no ano passado. Esse primeiro trimestre teve uma subida, mas não dá para dizer que é uma tendência. Em 1997, o Estado era o quinto do Brasil em homicídios. Em 2007, foi 25º. Se você me perguntar se estamos satisfeitos, eu digo não. Agora, segurança também é um problema federal.”

***

Eu não entendo nada de jornalismo e também não entendi qual o motivo da jornalista não ter questionado sobre alguns eventos na antiga adminstração dele. Vai ver eles preferem que outros possam fazer esse tipo de pergunta, de preferência de muuuito longe:

Façam seus julgamentos.

E Dilma vai virando outra Marta

Teimosia, arrogância e indolência na campanha de 2010

Mauro Carrara

Meu Deus! Chega de “mimimi”, garotada. Quem não sabia? Quem foi pego de surpresa pela operação Tempestade no Cerrado? Quem imaginava céu de brigadeiro na voo de Dilma ao Planalto?

Há décadas, o roteiro de destruição de reputações é o mesmo. E a reação da cúpula de comunicação do PT, o partido sem mídia, é sempre a mesma. Mistura teimosia, arrogância e indolência. Invariavelmente, dá com os burros n’água.

Erudina, por exemplo, fez excelente trabalho na prefeitura de São Paulo, mas foi duramente fustigada pelos jornalões.

O Estadão, por exemplo, pagava um repórter para buscar, durante 24 horas, informações que a prejudicassem.

Alberto Luchetti Neto, sujeito de cultura e talentos limitados, aproveitou a oportunidade e virou peixe grande na imprensa. Fez amigos poderosos.

Pouco depois, virou diretor executivo da Rádio Bandeirantes. Mais tarde, dirigiu o programa do Faustão, na Globo.

Os fatos oferecem uma ideia de como a direita brasileira valoriza o trabalho tático de destruição de imagens. Erundina não fez seu sucessor, e os barões paulistas consideraram ter contraído uma dívida eterna com Luchetti.

Anos depois, Marta Suplicy realizou belas obras à frente da prefeitura paulistana, mas também sofreu pesadíssimo bombardeio da imprensa elito-fascista da Capital.

Em 2008, havia uma memória popular residual dos benefícios obtidos durante a gestão da petista. E, assim, a loura ocupou, de cara, o topo das pesquisas de opinião por meses e meses.

Bastou o primeiro lugar temporário para que os teimosos, arrogantes e indolentes desenhassem a trilha de mais um fracasso eleitoral.

Negligentes, não foram capazes de erigir uma barreira midiática de proteção à candidata. E, assim, todos os rótulos negativos foram novamente (e facilmente) colados à petista, pintada na Internet como “perua”, “vagabunda”, “ladra”, “adúltera” e “incompetente”.

O sandeu Kassab pôde então nadar de braçada, e ganhou de goleada, até mesmo na periferia, tradicional reduto vermelho.

Há várias semanas, denunciamos a deflagração da operação “Tempestade no Cerrado“, logo após o encontro dos barões da imprensa no Instituto Millenium.

Afinal, tudo vazou de imediato nas redações. Os editores foram obrigados a adestrar cada repórter para a ação destrutiva em curso.

Também avisamos sobre a fábrica de “hoaxes” graeffista. E, de lá para cá, dezenas e dezenas de pessoas foram arregimentadas para divulgar peças difamatórias na Internet.

O rapaz do “xerox”, aqui perto de casa, no Brás, já recebeu uma dessas bombas virtuais.

Até a mulher da quitanda já leu. Ela não tem Internet, mas uma sobrinha tratou de imprimir o texto que aponta Dilma como “assaltante de bancos” e “prostituta de guerrilheiros”.

Paralelamente, até os entes minerais já sabiam que a grande imprensa mandaria às favas qualquer escrúpulo, antecipando a campanha serrista. E está aí, na propaganda institucional da Globo (suspensa) e na capa escandalosa de “Veja”.

E, dessa forma, sem qualquer oposição organizada, as forças reacionárias vão colando tudo que há de ruim à imagem de Dilma Rousseff. Vai virando outra Marta…

Há um padrão repetitivo de erros nas ações estratégicas de comunicação do PT e de seus aliados. E são cinco:

– No poder há 7 anos, a esquerda não foi capaz de criar um jornal eclético, multitemático, dirigido às massas ou à classe média leitora. Até os confusos comunistas italianos têm; aqui, não temos nada.

– Tampouco há um portal de Internet, também eclético e multitemático, capaz de difundir a versão correta dos fatos políticos e divulgar as conquistas do governo Lula. A juventude de classe média, por exemplo, é altamente conectada, mas tem a pior visão possível da esquerda.

– 90% dos conteúdos da chamada “blogosfera lulista” circulam dentro dos próprios redutos da esquerda. As denúncias, correções e defesas raramente chegam ao povo votante. Temos de valorizar esses guerreiros midiáticos, mas os resultados, em termos midiáticos, são extremamente modestos.

– Não existe uma ação planejada e efetiva de caça aos difusores de calúnias na Internet. Aparentemente, a esquerda não tem advogados, desconhece a lei e considera inevitável a ação dos criminosos virtuais.

– O PT e seus aliados continuam com medo da imprensa monopolista. Não a denunciam, não a desmascaram. Vergonhosamente ajoelhados, reagem com vagas lamúrias, dirigidas aos próprios algozes. São incapazes de se comunicar diretamente com a população, de modo a desmascarar os barões midiáticos.

Vale lembrar ainda que pouquíssimos militantes têm feito a lição de casa. Entre os comentaristas dos sites dos grandes jornais, a malta reacionária está sempre em vantagem.

Em média, para cada comentário favorável a Dilma Rousseff e Lula, há 10 contrários.

Prova que não temos um Graeff do bem. E que nossos batalhões também são indisciplinados e, muitas vezes, preguiçosos.

Se o destino de Dilma pode ainda ser diferente daquele de Marta, há que se produzir uma mudança no curso das ações de comunicação e propaganda.

Se a candidata não pode ser estigmatizada, é preciso que essa operação de iluminação informativa comece agora, e já.

E esse trabalho de defesa estratégica precisa urgentemente gerar saber político extensivo. Precisa impactar o sujeito do xerox e a senhora da quitanda.

E chega de “mimimi”!

Do Guerreiro Eduardo Guimarães em http://edu.guim.blog.uol.com.br/

Atualizado às 18h45m de 19 de abril de 2010

Passei o último domingo debruçado sobre a representação que o Movimento dos Sem Mídia fará à Justiça Eleitoral nesta semana e, assim, não acompanhei muito atentamente a abrangência da ofensiva midiática pró-Serra que se abateu sobre o país de sexta-feira para cá. Só agora, lendo o competente trabalho do Luiz Carlos Azenha neste fim de semana, no seu Viomundo, é que me dei conta do que perdi.

Da pesquisa Datafolha para a capa da Veja com Serra, imitando a capa da Time com Barack Obama, depois a vinheta da Globo, que, a pretexto de comemorar os 45 anos da emissora, imita o slogan da campanha de Serra, “O Brasil pode mais”, e isso a cerca de seis meses da eleição, não acho que exista muito mais o que constatar sobre o uso ilegal até de concessões públicas em prol da candidatura tucana.

Fico imaginando como os barões da mídia e seus leões-de-chácara se divertem em seus convescotes comentando sobre esse interminável espernear da blogosfera, a qual só uma fração minúscula da sociedade lê, enquanto o PT se esconde, trêmulo, em algum canto, sem coragem de denunciar pesquisas falsificadas ou campanha eleitoral ilegal da mídia pró-Serra.

O PT deveria estar fazendo o que fará uma ONG sem dinheiro, presidida por um comerciante que, nas horas vagas, tenta prestar um serviço jornalístico de interesse público custeado com seus parcos recursos financeiros, no qual investe tempo que deveria usar para sobreviver com menos dificuldades. Ou seja: quem deveria representar à Justiça Eleitoral para investigar as pesquisas seria o PT, não o Movimento dos Sem Mídia.

A tal propaganda de Serra disfarçada de vinheta comemorativa da fundação da Globo deveria ser objeto de declarações fortes dos líderes e da assessoria jurídica da campanha de Dilma, mas essa turma está em transe e apavorada com a onda midiática pró-Serra, feita por um grupo político-partidário-empresarial que zomba da lei e da sociedade.

Minha vontade é a de mandar tudo isto para o inferno e ir cuidar da minha vida, mas não consigo. Seria uma atitude egoísta e burra porque não estou defendendo o PT ou Dilma ou Lula, mas a democracia e o futuro de meus filhos e netos, para que vivam em um país em que cada eleição não se transforme nesse mar de ilegalidades, manipulações e fraudes que estamos vendo.

Assim, chega de ficar esperneando, chega de chororô. Tenho certeza de que essa pesquisa Datafolha, tanto quanto a anterior, é uma enorme fraude, mas não posso provar. Assim, haverá que investigar TODAS as pesquisas.

A matéria do blog dos Amigos do Presidente Lula revela um indício, mas não prova nada. Por isso, incluiremos sua denúncia na representação tanto quanto as denúncias da Folha contra os institutos Sensus e Vox Populi. A lisura da eleição requer uma investigação e uma auditoria especializada sobre as denúncias dos dois lados e é isso o que o MSM pedirá à Justiça.

Estando as pesquisas sob investigação judicial, acredito que as próximas que Datafolha e Ibope fizerem terão que levar em conta o risco de cometerem um crime federal. Desafiarão a Justiça? Há que pagar para ver. Se acontecer, a sociedade terá que se mobilizar contra essa mídia como nunca fez, com sindicatos, partidos e movimentos sociais indo às ruas para protestar exclusivamente contra a ditadura midiática.

Continuamos – eu, o dr. Donizeti e outros companheiros – trabalhando de forma frenética na fundamentação jurídica da representação sobre as pesquisas. Ainda teremos que ver como faremos para protocolá-la, porque, em princípio, terá que ser feito em Brasília.

Aliás, vale explicar que a peça não será dirigida diretamente à Justiça Eleitoral, mas, sim, ao procurador-geral Eleitoral, que é o procurador-geral da República, o doutor Roberto Gurgel.

Devido aos afazeres profissionais dos diretores do Movimento dos Sem Mídia e devido ao dispêndio de recursos com passagem de avião etc. que haverá se o protocolo tiver que ser feito em Brasília, estamos estudando se um de nós terá como ir ou se conseguiremos protocolar a representação aqui em São Paulo mesmo.

Além disso, quarta-feira será feriado e hoje e amanhã a diretoria do MSM só poderá trabalhar à noite na representação, de forma que estamos imaginando materializá-la na Justiça, no máximo, até sexta-feira, com boas chances de ser na quinta.

É um passo, ao menos uma tentativa de se imprimir um pouco de justiça a uma campanha eleitoral para presidente que promete ser uma das mais injustas que já se viu, comparável às de 1989, de 1994 e de 1998, quando a mídia foi mais atuante contra Lula do que Collor e FHC, os quais puderam contar com uma ajuda midiática totalmente ilegal sem que a Justiça Eleitoral dissesse um A.

Mas estamos em 2010 e o Brasil avançou muito. Se não se pode apostar no partido que deveria representar a parcela da sociedade que integro e que clama por justiça – e não em benefício de grupos políticos, mas da democracia –, há que acreditar em alguma coisa. É o que fará o Movimento dos Sem Mídia apostando na Justiça para coibir essa vergonha, essa imundice, essa ilegalidade que essas empresas de mídia, mancomunadas com Serra e seu partido, estão praticando.

Não agüento mais ficar só constatando, constatando e constatando essa imoralidade tucano-midiática sem fazer nada. Chega de papo, é hora de todo cidadão decente agir em defesa de uma eleição justa, na qual todos tenham as mesmas chances e recursos para que o Brasil eleja presidente aquele que a maioria do eleitorado quiser e não o escolhido de meia dúzia de donos de jornais, rádios, tevês e portais de internet.

por Luiz Carlos Azenha http://www.viomundo.com.br

Se você tem menos de 30 anos de idade hoje, significa que estava por perto dos 10 anos de idade em 1989. Por isso, não viveu a campanha presidencial daquele ano. Escrevo “viveu” no sentido de entender perfeitamente o que se passou à sua volta. Você leu a respeito ou ouviu dizer. Viver é outra coisa.

Antes, porém, vamos à origem deste post. Eu conversava com um colega jornalista a respeito de um texto que publiquei no Viomundo em que narrei minha experiência pessoal nos bastidores da TV Globo, emissora da qual eu era repórter na temporada eleitoral 2005/2006.

O post está aqui, mas eu resumo: descobri, por experiência vivida, que só cabiam denúncias contra o PT ou aliados do PT. Denúncias que batiam em outros partidos e especialmente no então candidato a governador de São Paulo, José Serra, eram menos denúncias.

Esta capa da Veja, por exemplo, mereceu repercussão acrítica na Globo. Ou seja, o Jornal Nacional reproduziu trechos do texto da revista sem confirmar de forma independente o conteúdo. Do ponto-de-vista factual, foi uma reportagem baseada em ilações e suposições. Nenhuma materialidade.

Já esta capa da IstoÉ não mereceu repercussão, acrítica ou crítica.

Na verdade, depois que colegas cobraram isonomia da direção da Globo em São Paulo — tratamento igual para iguais — confirmei de forma independente algumas informações contidas no texto, acrescentei outras e dei um número que, em minha opinião, fez a reportagem ser derrubada (jargão jornalístico para quando um trabalho vai para a gaveta do chefe): entre 2000 e 2004, a Planam comercializou 891 ambulâncias superfaturadas; 681 foram entregues antes do início do governo Lula, ou seja, no período em que José Serra e Barjas Negri eram ministros da Saúde. Isso, em si, não implica Serra, nem Negri diretamente no escândalo.

Mas deixa claro que um escândalo que se pretendia imputar ao governo Lula, para fins eleitorais, antes das eleições de 2006, teve sua gênese no governo de FHC (o mesmo se pode dizer do mensalão e da máfia dos sanguessugas, por exemplo), em ministério liderado por José Serra. Não se tratava de uma ilação ou de uma suposição, mas da verdade factual, registrada em documentos oficiais: 76% das ambulâncias superfaturadas foram entregues pela Planam no período Serra/Negri.

Para ler o que escrevi sobre isso, no meu caderninho de anotações, clique aqui.

Para ver os vídeos que faziam parte do famoso dossiê, clique aqui.

Na mesma campanha, além de viver pessoalmente a experiência das denúncias seletivas ou da repercussão seletiva das capas da revista Veja, eu também vivi o famoso episódio da compra (ou suposta compra) de um dossiê contra José Serra por parte de gente ligada ao PT. Há ainda muitos pontos obscuros sobre o episódio, inclusive sobre a origem do dinheiro.

Vivíamos a disputa entre o presidente Lula e o tucano Geraldo Alckmin quando estourou o escândalo: a apreensão em um motel de São Paulo de dinheiro vivo que seria usado para comprar o dossiê. A apreensão aconteceu no dia 15 de setembro de 2006. Mas as famosas fotos do dinheiro só apareceram na antevéspera do primeiro turno, em 29 de setembro de 2006, vazadas pelo delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno, com Lula (lembrem-se, candidato à reeleição) apresentado na Folha de sábado, 30 de setembro de 2006, véspera da eleição, no papel de trombadinha:

Curiosamente, todo o episódio dos aloprados mereceu extensa cobertura da mídia brasileira, com investimento dos melhores recursos disponíveis para esclarecer o que de fato aconteceu. Porém, o vazamento das fotos, em si, não recebeu o mesmo tratamento.

Narro o caso detalhadamente no livro do Viomundo e na versão antiga do site: o vazamento foi feito pelo delegado Edmilson Bruno a um grupo de repórteres. O delegado se comporta como um editor, sugerindo que os repórteres usem o photoshop. O delegado pede que as imagens recebam ampla disseminação. O delegado quer ver as imagens nos telejornais. O delegado informa aos repórteres que pretende mentir a um superior, jogando a culpa em uma faxineira.

No dia seguinte, os jornais publicaram trechos de uma entrevista do delegado Bruno quando muitos repórteres — pelo menos todos aqueles que receberam as fotos — já sabiam que ele estava mentindo. Para além de todas as questões éticas envolvidas no caso, que não pretendo abordar aqui, permanece uma curiosidade. A que “foto da Globo” o delegado se refere quando conversa com os repórteres? Foi feita uma foto especialmente para a Globo divulgar?

Para ver + vídeos sobre o delegado e os jornalistas, clique aqui.

Como vocês, especialmente os jovens jornalistas, já devem ter notado, trata-se de um padrão: a seletividade. Seletividade de capas repercutidas. Seletividade dos denunciados. Seletividade dos ângulos investigados.

Seletividade a serviço de quem?

Mas, depois desta longa digressão, volto àquela conversa que tive com um colega, quando argumentei que 2006 estava de volta.

Ele: Não, vai ser pior, vai ser 1989.

E hoje, ao ler o blog do Evaldo Novelini, me dei conta de que eles (meu colega e o Novelini) têm razão.

Teremos 2006 + 1989.

O que o Novelini fez foi trazer de volta as capas da Veja, sempre ela.

Com medo do Lula (lembrem-se, meninos e meninas, Lula era candidato a presidente em 1989), a Veja ajudou a inventar no cenário político,  em parceria com a TV Globo, o “caçador de marajás” Fernando Collor de Melo. Naquela época, essa era a dupla de ouro da mídia brasileira. O combo Globo + Veja era de fato formador de opinião. Não havia internet. A audiência das emissoras de TV era muito mais alta. Não havia DVD, nem TV a cabo.

Primeiro a Veja fez assim:

Depois, a Veja apresentou a solução (acompanhada, por exemplo, pelo Globo Repórter, que dedicou um programa completo ao governador de Alagoas):

Para ver mais, no blog do Novelini, clique aqui.

Pesquisem, que não pretendo me alongar por aqui:

1989 foi o ano em que Collor acusou Lula de ser dono de um aparelho de som muito sofisticado, injustificável para uma pessoa de origem humilde (não é brincadeira, é sério);

1989 foi o ano em que Collor levou à propaganda eleitoral Miriam Cordeiro, mulher com a qual Lula, viúvo, teve uma filha que reconheceu. Acusação? Lula teria pedido a Miriam que abortasse a criança e teria feito observações racistas em conversas cotidianas. Mas antes de aparecer na propaganda eleitoral de Collor, Miriam Cordeiro fez a denúncia diretamente no Jornal Nacional.

1989 foi o ano em que o jornal O Globo, para justificar o uso de Miriam Cordeiro na campanha eleitoral, produziu editorial em que defendeu parâmetros sobre a transparência na vida pessoal dos políticos que não aplicou mais tarde, quando escondeu durante quase duas décadas o filho de Fernando Henrique Cardoso com uma jornalista da empresa:

O Direito de Saber:

O povo brasileiro não está acostumado a ver desnudar-se a seus olhos a vida particular dos homens públicos.

O povo brasileiro também não está acostumado à prática da Democracia.

A prática da Democracia recomenda que o povo saiba tudo o que for possível saber sobre seus homens públicos, para poder julgar melhor na hora de elegê-los.

Nos Estados Unidos, por exemplo, com freqüência homens públicos vêem truncada a carreira pela revelação de fatos desabonadores do seu comportamento privado. Não raro, a simples divulgação de tais fatos os dissuade de continuarem a pleitear a preferência do eleitor. Um nebuloso acidente de carro em que morreu uma secretária que o acompanhava barrou, provavelmente para sempre, a brilhante caminhada do senador Ted Kennedy para a Casa Branca – para lembrar apenas o mais escandaloso desses tropeços. Coisa parecida aconteceu com o senador Gary Hart; por divulgar-se uma relação que comprometia o seu casamento, ele nem sequer pôde apresentar-se à Convenção do Partido Democrata, na última eleição americana.

Na presente campanha, ninguém negará que, em todo o seu desenrolar, houve uma obsessiva preocupação dos responsáveis pelo programa do horário eleitoral gratuito da Frente Brasil Popular de esquadrinhar o passado do candidato Fernando Collor de Mello. Não apenas a sua atividade anterior em cargos públicos, mas sua infância e adolescência, suas relações de família, seus casamentos, suas amizades. Presume-se que tenham divulgado tudo de que dispunham a respeito.

O adversário vinha agindo de modo diferente. A estratégia dos propagandistas de Collor não incluía a intromissão no passado de Luís Inácio Lula da Silva nem como líder sindical nem muito menos remontou aos seus tempos de operário-torneiro, tão insistentemente lembrados pelo candidato do PT.

Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Miriam Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma  criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.

A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de ‘baixaria’.

É chocante mesmo, lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.

É de esperar que o debate desta noite não se macule por excessos no confronto democrático, e que se concentre na discussão dos problemas nacionais.

Mas a acusação está no ar. Houve distorção? Ou aconteceu tal como narra a personagem apresentada no vídeo? Não cabe submeter o caso a inquérito. A sensibilidade do eleitor poderá ajudá-lo a discernir onde está a verdade – e se ela deve influenciar-lhe o voto, domingo próximo, quando estiver consultando apenas a sua consciência.

EDITORIAL PUBLICADO EM O GLOBO NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 1989, QUINTA-FEIRA, DATA EM QUE LULA E COLLOR TRAVARAM O DEBATE FINAL ANTES DO SEGUNDO TURNO, EM 17/12/89

1989 foi o ano em que a polícia paulista vestiu uma camisa do PT em um dos sequestradores do empresário Abílio Diniz.

1989 foi o ano em que o então presidente da FIESP, Mário Amato, previu com ampla cobertura midiática que 800 mil empresários brasileiros fugiriam do país se Lula fosse eleito presidente.

1989 foi o ano da famosa edição deturpada do debate entre Lula e Collor, que foi ao ar no Jornal Nacional do dia 15 de dezembro faltando dois dias para o segundo turno, numa época em que o JN marcava mais de 60 pontos de audiência.

Tenho insistido que, mais do que a manipulação do conteúdo editorial, a violação mais flagrante da Globo naquela noite foi a divulgação, logo depois do compacto do debate, de uma pesquisa mostrando que Collor tinha “vencido” por ampla margem. A pesquisa incluiu uma pergunta que não tinha relação direta com o debate: o mais preparado para governar.

O Jornal Nacional omitiu que o Vox Populi, que fez a pesquisa, tinha trabalhado na construção da imagem de Collor.

E  jogou os números no ar assim:

Collor, o mais preparado para governar por 48% a 30%,  faltando apenas dois dias para o segundo turno.

Collor, o mais preparado para governar por 48% a 30%, numa eleição que ele venceu por margem inferior a 6%.

Sobre a edição do compacto, disse Armando Nogueira, em 1989 diretor de Jornalismo da emissora, em gravação incluída no documentário britânico “Beyond Citizen Kane”:

“Eu quando fui ao dono da empresa, protestar contra a exibição do compacto, que foi posto no ar à minha revelia, eu quando fui conversar com o dono da empresa, doutor Roberto Marinho, eu disse a ele — isso foi no dia seguinte à exibição do compacto — eu disse a ele doutor Roberto, eu não vi esse compacto, se eu tivesse visto teria impedido que fosse pro ar e se eu não pudesse ter impedido eu viria aqui ao senhor dizer o que eu vou dizer agora: a Rede Globo foi infeliz, fez uma edição burra, burra, porque não precisava ser burra”.

Vejam o que o Carlos Matheus, do Gallup, comentou a respeito do episódio:

“Havia uma tendencia de aproximação entre os dois candidatos e no dia do debate eles estavam a apenas 1% de diferença; com este… este resumo do debate na sexta-feira a pesquisa do sábado mostrou uma abertura de diferença e no domingo a diferença que era de um ponto apareceu com quatro pontos”.

Confiram no vídeo abaixo um trecho do documentário:

Para ver todo o documentário da TV britânica sobre a Globo, clique aqui.

Portanto, vocês podem notar que desde a redemocratização brasileira já temos uma certa tradição nos chamados “golpes de véspera” (aos quais os estadunidenses se referem como “october surprise”, já que as eleições lá acontecem no início de novembro). Como somos herdeiros do marketing eleitoral desenvolvido nos Estados Unidos, não é de estranhar que isso aconteça.

E a matriz dessa tradição está na seletividade das denúncias, das notícias e dos alvos de investigações.

Na manipulação e na divulgação de pesquisas de opinião.

Num próximo post pretendo explorar melhor essa linha histórica que fará da campanha deste ano 2006 + 1989.

Analisar os paralelos entre Collor e Serra.

E avançar num tema que tem pipocado aqui e ali:

Será que teremos 2006 + 1989 + 1964?

A segunda parte da série está aqui

Por Luiz Carlos Azenha, em http://www.viomundo.com.br

Eu terminei um post anterior, este aqui, prometendo traçar um paralelo entre Collor e Serra.

Não se trata de um paralelo entre as biografias dos dois.

Nem do que ambos fizeram com o poder que alcançaram.

Trata-se de um paralelo entre a conjuntura política que levou Collor a ser quem foi na campanha de 1989, tema do post anterior, e a conjuntura política em que o ex-governador de São Paulo se lançou candidato, em 2010.

Há fatos sobre os quais existe pouca discordância, quase nenhuma: com Geraldo Alckmin eleito governador de São Paulo — se isso de fato acontecer — e Aécio Neves eleito senador por Minas Gerais em 2010 as opções políticas de Serra serão reduzidas. Ou ganha, ou ganha.

Acrescente a isso a idade do candidato, 68 anos, e o fato de que o presidente Lula pode voltar a concorrer em 2014.

Para Serra — em particular — e para as  forças políticas que se reúnem em torno dele, 2010 é a eleição!

Collor, em 1989, satisfez o desejo de renovação da sociedade brasileira. Terminava o governo transitório de José Sarney, o Brasil vivia um momento de inflação galopante, de estagnação econômica, desemprego e impasse na dívida externa. Quanto sofri com colegas jornalistas correndo atrás das equipes de negociação da dívida no Fundo Monetário Internacional, no Banco Mundial, na sede do Tesouro e na sede do Citibank, na avenida Lexington, em Nova York!

Collor introduziu o marketing político nas campanhas eleitorais (para quem está chegando agora, falo da primeira eleição presidencial brasileira depois do regime militar, em 1989).

Collor tirou proveito do pânico dos empresários com a perspectiva de ver Brizola ou Lula no poder.

Na edição em que narrou a vitória dele, a revista Veja escreveu:

“Quando a campanha presidencial teve início, havia um espectro no horizonte chamado Brizola – a possibilidade de um candidato de esquerda populista (Leonel Brizola) ou de esquerda socialista (Luís Inácio Lula da Silva) acabar levando a sucessão. […]

O anti-Brizola, na verdade, era Fernando Collor, candidato no qual a maioria dos políticos prestava a mesma atenção que dispensa ao Estado do qual ele foi governador, Alagoas. Ao longo dos meses seguintes, Collor iria demonstrar que é o mais espetacular caso de self-made man da política brasileira.  […]

Uma das grandes injustiças cometidas contra Fernando Collor de Mello ao longo de toda a campanha presidencial foi o lançamento da teoria de que ele não passava de um produto de laboratório, uma espécie de Cyborg, construído por grandes empresários para vencer o espectro Brizola. É verdade que, na reta final, qualquer dono de empresa com um faturamento capaz de ser contabilizado na casa dos milhões de dólares fechou com Collor – contra Brizola, no início, contra Lula, mais tarde. […]

Depois da votação de 17 de dezembro, constata-se que, se Collor é um candidato criado em laboratório, era ele próprio quem manipulava todos os instrumentos disponíveis. Foi ele quem confeccionou o discurso contra os marajás. Também é de sua iniciativa a postura de ataques ao presidente José Sarney – a quem acusou de estar cercado de assessores corruptos e até assassinos no Planalto. Também é de Collor a atitude antiesquerda nos últimos dias da campanha no segundo rumo. Saiu dos laboratórios do novo presidente, por fim, a nuvem de mal-estar que acompanhou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva nos momentos finais da campanha no segundo turno. […]

Entre o Lula triunfal dos grandes comícios da reta final e o candidato abatido na manhã de 17 de dezembro havia uma diferença de peso. Para o candidato do PT, os últimos dias de campanha foram marcados por uma sucessão de dificuldades. Uma delas consistiu no grande golpe baixo da campanha – o depoimento de sua ex-namorada Mirian Cordeiro, que, conforme denúncias de assessores do PRN, embolsou 200 000 cruzados novos para ir ao horário político de Collor denunciar que o concorrente do PT tentara convencê-la a fazer um aborto para impedir o nascimento de uma filha do casal, Lurian, que hoje tem 15 anos de idade.”

Avancemos, pois, até 2010, quando José Serra representa as forças anti-Lula.

Porém, Lula em 2010 não é o José Sarney de 1989.  A popularidade do presidente da República e de seu governo ronda a casa dos 70%.

Vem daí a necessidade de inventar um novo Cyborg:

Cyborg, o Homem de Seis Milhões de Dólares, foi um seriado extremamente popular que passou na TV Globo nos anos 80. O galã Lee Majors era meio homem, meio máquina, daí a referência da revista Veja a Collor, o Cyborg.

Na conjuntura atual, em que uma comparação de resultados com o governo Lula seria altamente prejudicial a Serra, ele e seus assessores de marketing tentam reinventá-lo como o candidato acidental: ele não tem nada a ver com o trânsito de São Paulo, nada a ver com as enchentes de São Paulo, nada a ver com o tiroteio entre as polícias paulistas, nada a ver com as taxas de homicídio, nada a ver com a crise penitenciária, nada a ver com a greve dos professores, nada a ver com a cratera do metrô, nada a ver com José Roberto Arruda, nada a ver com o fato de que será preciso monitorar os ventos no Rodoanel. Quando eles — os ventos, não os motoristas — decidirem andar a mais de 50 km hora, sai de baixo!

Não faltaram condições para que o governador paulista fizesse uma governo revolucionário em São Paulo, que pudesse ser apresentado agora aos eleitores para se contrapor ao projeto político da ex-ministra Dilma. Como escreveu Luís Nassif, aqui:

“Critiquei inúmeras vezes a oportunidade jogada fora por Serra, de não ter mobilizado o estado de São Paulo em torno de um projeto de desenvolvimento, de inovação das empresas. Tinha-se de tudo no estado: grandes empresas, as melhores universidades, os melhores institutos de pesquisa, as melhores redes de atendimento empresarial, o apoio total da mídia, a melhor infra-estrutura urbana, as melhores cidades médias. Se juntasse todos esses atores, Serra poderia ter montado programas inesquecíveis de capacitação da indústria paulista, dos pequenos e médios empreendedores, poderia ter comandado acordos fundamentais, surfado nas novas ideias, feito uma revolução gerencial, mudado a estrutura de secretariado do governo. Enfim, aqui se teria o laboratório ideal para colocar em prática novas novos conceitos. Só que, em todo seu governo, Serra não soube apresentar uma nova ideia sequer.

Quando estourou a crise global, poderia ter saído na frente de Lula, com medidas próprias do Estado, grandes concentrações de empresários e trabalhadores contra a crise, medidas fiscais etc. Levou cinco meses para receber representantes da indústria. Para tomar as primeiras medidas, foi quase um semestre. A indústria de máquinas e equipamentos registrava 40% de queda nas vendas, e a única coisa que o estado fazia era ampliar a substituição tributária. Para serem recebidos pelo governador, empresários praticamente ameaçaram uma mobilização na frente do Palácio, junto com CUT e Força Sindical.”

Na falta de ideias inovadoras e de uma obra impressionante, para além do rodoviarismo malufista, o que faz um candidato que representa mudança em um quadro de crescimento econômico acelerado, recordes de novos empregos e grande satisfação do eleitorado com um presidente que pretende eleger sua sucessora?

Faz de conta que não representa a mudança. Faz de conta que ele, sim, é o pós-Lula, um slogan que tem a vantagem de servir ao mesmo tempo àqueles que não suportam Lula e aos que não votarão em um candidato “contra Lula”.

Serra se apresenta como o “candidato do bem”, slogan logo apropriado por um internauta para fazer piada:

Sem ideias inovadoras e grandes projetos que possa apresentar para se contrapor às realizações do governo Lula, Serra ficará extremamente dependente dos marqueteiros e de sua aliança com a TV Globo, a Veja e a Folha de S. Paulo.

Primeiro, para ter a segurança de que poderá repetir o padrão que marcou campanhas anteriores do PSDB sem ser desmascarado pela grande mídia.

Campanhas como esta, de 2002:

No anúncio, Serra e o PSDB assumem com exclusividade a paternidade de três ideias que no mínimo deveriam dividir com outros partidos, políticos ou profissionais.

O Plano Real, como se sabe, foi implantado no governo do ex-presidente Itamar Franco, como ele mesmo explica, aqui:

Os genéricos, cuja paternidade o ex-ministro da Saúde José Serra assumiu completamente, pertencem também ao falecido deputado Jamil Haddad, do PSB, conforme ele contou à repórter Conceição Lemes, do Viomundo:

“Serra, pai dos genéricos? PSDB, criador dos genéricos? Assumir como deles é um embuste! Se fizerem isso de novo, eu denuncio”, prometeu há menos de um mês a esta repórter o verdadeiro pai dos genéricos, o médico Jamil Haddad, 83 anos, ex-deputado federal, ex-prefeito do Rio Janeiro e ministro da Saúde de outubro de 1992 a agosto de1993, no governo Itamar Franco. “Em política, a traição é uma norma. Só não se sabe a data.”

Leia o post completo clicando aqui.

E o seguro-desemprego teve sua gênese, na verdade, no governo do ex-presidente José Sarney, do PMDB, em 1986, conforme afirmou o ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto à revista Veja, durante a campanha eleitoral de 2002:

“Em outdoors, José Serra tem se apresentado como o responsável pelo seguro-desemprego. Não é verdade. “Se o seguro-desemprego tem um pai, é Sarney”, afirmou o ex-ministro do Trabalho de José Sarney Almir Pazzianotto, ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho. O seguro-desemprego foi criado em 1986. Coube a Serra, durante a elaboração da nova Constituição, dois anos depois, criar uma fonte de financiamento estável para o benefício. “O Boeing 747 é muito melhor que o 14 Bis, mas quem inventou o avião foi Santos Dumont”, diz Pazzianotto.”

Mas não foi só. Como mostrou a incansável Conceição Lemes, a repórter de Saúde mais premiada do Brasil, quando a gripe suína ameaçava se transformar em uma hecatombe mundial, o ex-governador viu uma oportunidade de marketing que, quem sabe, ele poderia explorar na campanha eleitoral de 2010 — e tentou se apropriar da paternidade das vacinas:

“Lendo todo o material, distribuído oficialmente, parece que o Estado de São Paulo, com o governador José Serra à frente: 1. arcará com os custos vacinas contra a gripe suína no Brasil; 2. distribuirá as vacinas via Ministério da Saúde (MS); 3. São Paulo será o primeiro a dispor da vacina no país; 4. São Paulo saiu na frente do restante do Brasil, inclusive do próprio Ministério da Saúde.”

Leia como nada disso era verdade, clicando aqui.

Mas o caso clássico, também denunciado pela Conceição, foi a apropriação, por Serra e pelo PSDB,  do projeto de combate à AIDS no Brasil, que surgiu no governo Sarney, passou pelo governo Collor e chegou ao de Fernando Henrique Cardoso. Há consenso de que a bióloga Lair Guerra foi a grande batalhadora do projeto, conforme atestou o ex-ministro da Saúde Adib Jatene, que precedeu Serra no cargo:

“A eficiência com que Lair comandou o setor trouxe as primeiras perspectivas otimistas sobre o controle da doença”, observa Jatene. “Foi sua capacidade de propor, sua coragem de defender e sua eficiência em executar que nos colocaram na direção correta, consolidada por tantos que, com competência e dedicação,mantiveram as ações em crescendo, garantindo, em área tão sensível, o reconhecimento de uma liderança que partiu de Lair.”

Leia o texto completo clicando aqui.

Só a certeza da impunidade diante da mídia permitiria ao PSDB, em 2010, começar sua mobilização com um vídeo em que, mais uma vez, a “revolução” da saúde se baseia num tripé do qual fazem parte os genéricos e o combate à AIDS.

O texto agora fala que Serra “implantou” projetos neste sentido durante sua passagem pelo ministério da Saúde, o que é factualmente correto (curiosamente, a passagem de Serra pelo Ministério do Planejamento nunca é mencionada), mas nessa área o PSDB está longe de ter promovido uma “revolução”.

Como mostramos acima, foram ações que tiveram origem muito antes, que envolveram mais de um partido, outros profissionais de saúde e políticos. Mas o PSDB segue adiante, com a certeza de que escapará ileso de qualquer cerco midiático:

Espero ter estabelecido, com razoável credibilidade, que existe aí um padrão.

Serra e o PSDB, que não assumem seus “erros”, assumem como deles ideias e projetos alheios. Isso só é possível porque contam com a, vamos dizer, “solidariedade’” da grande mídia.

A que outro partido ou político seria permitido fazer o mesmo sem uma barragem de críticas da TV Globo, da Folha e da Veja? Seria um escândalo!

Para os que não ficaram convencidos, vai aí mais um exemplo que vem de cima.

O presidente do PSDB, Sergio Guerra, aquele que em entrevista de alcance nacional à revista Veja prometeu acabar com o PAC, em âmbito regional tirou casquinha em campanha das obras do PAC (BR-408 e Transnordestina, duas obras federais), sem mencionar que eram obras do PAC:

O que me leva à capa da Veja desta semana, a versão brasileira do Yes We Can:

O que me preocupa menos aqui é o suposto plágio. Como dizia Chacrinha, sobre a televisão — e é disso que estamos falando, não de política ou de projetos políticos, mas de uma campanha baseada estritamente na televisão e no marketing — “nada se cria, tudo se copia”.

O que me preocupa é que essa imagem e o slogan “Serra é do bem” (que acompanha o “pode mais” na propaganda de Serra para 2010) só fazem sentido, numa campanha eleitoral, se se pretende apresentar alguém como sendo “do mal”.

Quem seria?

Tema do post final, quando finalmente falarei da soma 2002 + 1989 + 1964.

PS: Deve ser mera coincidência, isso no sábado:

Seguido disso:

E mais isso, na noite de domingo, horário nobre:

Em: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/emir-sader-por-que-a-folha-mente.html Acesso em: 16/04/2010 às 19h52.

16/04/2010

por Emir Sader, no seu blog

As elites de um país, por definição, consideram que representam os interesses gerais do mesmo. A imprensa, com muito mais razão, porque está selecionando o que considera essencial para fazer passar aos leitores, porque opina diariamente em editoriais – e em matérias editorializadas, que não separam informação de opinião, cada vez mais constantes – sobre temas do país e do mundo.

A FSP, como exemplo típico da elite paulistana, é um jornal que passou a MENTIR abertamente, em particular desde o começo do governo Lula. Tendo se casado com o governo FHC – expressão mais acabada da elite paulistana -, a empresa viveu mal o seu fracasso e a vitória de Lula. Jogou-se inteiramente na operação “mensalão”, desatada por uma entrevista de uma jornalista tucana do jornal, que eles consideravam a causa mortis do governo Lula, da mesma forma que Carlos Lacerda,na Tribuna da Imprensa, se considerava o responsável pela queda do Getúlio.

Só que a história se repetiria como farsa. Conta-se que, numa reunião do comitê de redação da empresa, Otavio Frias Filho – herdeiro da empresa dirigida pelo pai -, assim que Lula ganhou de novo em 2006, dava voltas, histérico, em torno da mesa, gritando “Onde é que nós erramos, onde é que nós erramos”, quando o candidato apoiado pela empresa, Alckmin, foi derrotado.

O jornal entrou, ao longo da década atual, numa profunda crise de identidade, forjada na década anterior, quando FHC apareceu como o representante mor da direita brasileira, foi se isolando e terminou penosamente como o político mais rejeitado do país, substituído pelo sucesso de Lula. Um presidente nordestino, proveniente dos imigrantes, discriminados em São Paulo, apesar de construir grande parte da riqueza do estado de que se apropria a burguesia. Derrotou àquele que, junto com FHC, é o político mais ligado à empresa – Serra -, que sempre que está sem mandato reassume sua coluna no jornal, fala regularmente com a direção da empresa, aponta jornalistas para cargos de direção – como a bem cheirosa jornalista brasiliense, entre outros – e exige que mandem embora outros, que ele considera que não atuam com todo o empenho a seu favor.

O desespero se apoderou da direção do jornal quando constatou não apenas que Lula sobrevivia à crise manipulada pelo jornal, como saía mais forte e se consolidava como o mais importante estadista brasileiro das últimas décadas, relegando a FHC a um lugar de mandatário fracassado. O jornal perdeu o rumo e passou a atuar de forma cada vez mais partidária, perdendo credibilidade e tiragem ano a ano, até chegar à assunção, por parte de uma executiva da empresa, de que são um partido, confissão que não requer comprovações posteriores. Os empregados do jornal, incluídos todos os jornalistas, ficam assim catalogados como militantes de um partido (tucano, óbvio) político, perdendo a eventual inocência que podiam ainda ter. Cada edição do jornal, cada coluna, cada notícia, cada pesquisa cada editorial, ganharam um sentido novo: orientação política para a (debilitada, conforme confissão da executiva) oposição.

Assim, o jornal menos ainda poderia dizer a verdade. Já nunca confessou a verdade sobre a conclamação aberta à ditadura e o apoio ao golpe militar em 1964 – o regime mais antidemocrático que o país já teve -, do que nunca fez uma autocrítica. Menos ainda da empresa ter emprestado seus carros para operações dos órgãos repressivos do regime de terror que a ditadura tinha imposto, para atuar contra opositores. Foi assim acumulando um passado nebuloso, a que acrescentou um presente vergonhoso.

Episódios como o da “ditabranda”, da ficha falsa da Dilma, da acusação de que o governo teria “matado” (sic) os passageiros do avião da TAM, o vergonhoso artigo de mais um ex-esquerdista que o jornal se utiliza contra a esquerda, com baixezas típicas de um renegado, contra o Lula, a manipulação de pesquisas, o silêncio sobre pesquisas que contrariam as suas (os leitores não conhecem até hoje, a pesquisa da Vox Populi, que contraria a da FSP que, como disse um colunista da própria empresa, era o oxigênio que o candidato do jornal precisava, caso contrário o lançamento da sua candidatura seria “um funeral” (sic). Tudo mostra o rabo preso do jornal com as elites decadentes do país, com o epicentro em São Paulo, que lutam desesperadamente para tentar reaver a apropriação do governo e do Estado brasileiros.

Esse desespero e as mentiras do jornal são tanto maiores, quanto mais se aprofunda a diminuição de tiragem e a crise econômica do jornal, que precisa de um presidente que tenha laços carnais com a empresa e teria dificuldades para obter apoios de um governo cuja candidata é a atacada frontalmente todos os dias pelo jornal.

Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE. Mentirá no fim de semana com nova pesquisa, em que tratará de rebater, com cifras manipuladas – por exemplo, como sempre faz, dando um peso desproporcional a São Paulo em relação aos outros estados -, a irresistível ascensão de Dilma, que tratará de esconder até onde possa e demonstrar que o pífio lançamento de Serra o teria catapultado às alturas. Ou bastaria manter a seu candidato na frente, para fortalecer as posições do partido que dirigem.

Mas quem acredita na isenção de uma pesquisa da Databranda, depois de tudo o que jornal fez, faz e fará, disse, diz e dirá, como partido assumido de oposição? Ninguem mais crê na empresa da família Frias, só mesmo os jornalistas-militantes que vivem dos seus salários e os membros da oposição, com a água pelo pescoço, tentando passar a idéia de que ainda poderiam ganhar a eleição.

Alertemos a todos, sobre essa próxima e as próximas mentiras da Folha, partido da oposição, partido das elites paulistas, partido da reação conservadora que quer voltar ao poder no Brasil, para mantê-lo como um país injusto, desigual, que exclui à maioria da sua população e foi governado para um terço e não para os 190 milhoes de habitante.

Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE.

Em: http://www.viomundo.com.br/vida-digital/eleicoes-2010-o-que-voce-pode-fazer-para-descontruir-o-banditismo-digital.html. Acesso em: 11/04/2010, 23h 18min.

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Seguindo a boa política do Vi o Mundo de prestar consultoria gratuita em campanhas eleitorais, vamos abordar um pouco a atuação dos trolls na rede e como a bandidagem digital utiliza suas práticas para impregnar o debate político, atrapalhando o fluxo das boas idéias que podem elevar a discussão democrática no país.

O troll digital está sempre pronto para desestabilizar o debate. Seu único objetivo é confundir e impedir que uma discussão flua naturalmente, utilizando argumentos com baixa credibilidade e, ao final, apelando para a verborragia e ofensa. A tática do troll, quase sempre, é começar “testando hipóteses” para sentir a lista de discussão (ou comentários). Em época eleitoral, a prática é a mesma, muitas vezes remunerada, alterando somente o fim da ação para a ofensa a um candidato ou as idéias que este defende perante seu provável eleitorado.

O apelido troll, dado aos difamadores da rede, é baseado nas personagens do folclore escandinavo, conforme nos ensina a Wikipedia. São humanóides pouco inteligentes que não vivem em bandos, são agressivos e temidos pelo domínio da arte da ilusão.

Durante o processo eleitoral as atividades dos trolls profissionais vão além da interferência nos debates. Dentre suas atribuições momentâneas estão a redação de e-mails falsos atribuídos a jornalistas, a disseminação destes e-mails, a criação de perfis falsos em redes sociais e também a criação de perfis genéricos. Existe uma diferença entre o perfil fake (falso) e o genérico. O fake levanta a bola do debate, muita vezes reproduzindo o que outras pessoas enviam. O perfil genérico parece real, com dados pessoais que simulam um histórico de vida. Este é o avatar do troll.

Para você cidadão que preza o debate construtivo, que pretende nestas eleições discutir propostas, idéias e discordar até, inteligentemente,  veja alguns itens que podem ajudar a combater o banditismo digital gratuito ou patrocinado. Prováveis candidatos que pretendem fazer campanha limpa, com plataforma de campanha, também podem utilizar as informações abaixo.

Investigação de e-mails falsos

Investigar os e-mails falsos é um trabalho fundamental durante uma campanha e pode ser realizado pela equipe do comitê ou por qualquer simpatizante. Diversos virais com informações falsas circulam na rede. É preciso mapear os principais, diariamente, investigar e soltar uma nota desmentindo a informação. É um trabalho profundo de apuração para identificar locais ou pessoas citadas nas mensagens e conseguir declarações de desmentidos, invalidando assim o rumor. O texto resposta deve ser liberado no site de campanha, nas redes sociais, lista de e-mails e boletins de campanha.

Como checar um e-mail falso usando a rede

É muito simples. Ao receber o e-mail pegue partes do texto, geralmente a manchete, ou palavras-chave, e faça uma busca nos indexadores de rede como o Google ou Yahoo. O referenciamento vai lhe dizer se a história é falsa ou não. Geralmente, em período eleitoral, textos antigos voltam a circular repaginados para as eleições. Até hoje, textos de 2000 atribuídos a jornalistas e escritores de grande influência são disseminados. Esta prática visa atingir eleitores desprevenidos, que não acompanham habitualmente a cobertura jornalística e que não conhecem as posições destes profissionais sobre determinados assuntos.Uma busca resolve o problema, indicando o desmentido dos jornalistas em seus próprios blogs ou sites das empresas em que atuam.

Os e-mails falsos chegam até você

Sem muito esforço o e-mail falso chega até você. Para isto é preciso sempre manter canais de comunicação abertos com a população, via conta institucional ou a checagem constante das redes sociais. O search do Twitter é essencial nesta localização. Canais abertos ajudam os aliados a enviarem denúncias falsas que devem ser investigadas e também permitir que os opositores entrem em contato com seus próprios e-mails de ataque. Não se iludam, isto sempre acontece e serve para saber quais os níveis de ataque e o que deve ser respondido. A conta de e-mail deve ter um filtro por assunto para catalogar os temas e acompanhar o que mais está circulando no dia.

Resposta por mail

Todos os mails devem ser respondidos, desde ataques ou elogios. A resposta sempre circula. Os mails de ataques não devem ser respondidos com mais ataques. A resposta deve ser com proposta de trabalho, nunca desqualificando quem ataca, mesmo que seja ataque pessoal. A resposta de ataque, enfurecida, pode servir de armadilha para que o opositor divulgue o candidado como destemperado.

Não repassar e-mail sem checar a informação

O que mais acontece na rede é a criação de boatos para desestabilizar campanhas/pessoas. É o famoso “ ouvi dizer”. Na rede ninguém está escondido. O candidato que se sentir ofendido por uma informação falsa pode realizar o rastreamento na rede para encontrar o provedor de onde partiram os ataques utilizando o IP (internet protocol) se estes estiverem disponíveis nas mensagens enviadas.

Tudo na internet tem identificação, via endereços de protocolo, os chamados IPs (Internet Protocol). Diversas ferramentas permitem chegar até o provedor de acesso, como o site “What’s my IP address” e, com decisão judicial, identificar quem repassou a mensagem. Por isso, quem pensa que está protegido atrás de um computador, está equivocado. Repassar mensagens falsas, além de trazer prejuízos para o próprio eleitor, pode prejudicar o honesto debate eleitoral na rede. Trolls profissionais podem se esconder na rede utilizando ferramentas como o Tor ou outras ferramentas. Veja aqui o post do @gutocarvalho explicando a privacidade na rede.

O tempo que se perde repassando uma mensagem falsa, tentando destruir a reputação de um candidato, pode ser utilizado para ajudar o seu próprio candidato a disseminar propostas de campanha, com os boletins, a argumentação coerente nas redes sociais e respondendo dúvidas dos eleitores indecisos.

É sempre importante denunciar para os próprios comitês que você apóia as mensagens falsas que estejam circulando para prejudicar o oponente. Assim, o seu candidato pode soltar alguma nota negando que a tal mensagem difamatória tenha saído do seu comitê. Lembrem-se que isso pode prejudicar a candidatura perante o TRE ou TSE, gerando multas ou até a impugnação da candidatura.

Toda e qualquer ofensa difamatória ao seu candidato, ou ofensas aos adversários atribuídas ao seu candidato, devem ser notificadas ao Tribunal Superior Eleitoral ou Tribunal Regional Eleitoral, seja por e-mail ou protocolando documentos nas sedes das entidades. O registro pode ajudar os tribunais a obter informações em qualquer denúncia de crime eleitoral para rastrear prováveis fraudadores.

Perfis falsos de políticos em redes sociais

O submundo da militância cria sempre perfis falsos em redes sociais para soltar informações virais na rede sobre um candidato. Alguém que não gosta de um político cria um perfil em nome dele para prejudicá-lo na campanha, acumulando seguidores para lançar informações incorretas ou mensagens difamatórias. Não se deve estimular que as pessoas sigam estes perfis, que ajudam a desestabilizar a discussão democrática. É preciso também denunciar aos comitês de campanha quando isto acontece.

Perfis genéricos para lançar dúvidas ideológicas

É comum também que os profissionais da militância de submundo criem perfis genéricos para atuar na rede, com uma prática muito simples: a de desqualificar ideologicamente o candidato subvertendo o que ele pensa perante grupos religiosos ou políticos. Ex: em 2006 diversas comunidades religiosas no Orkut, que eram contra o aborto, foram invadidas por estes perfis genéricos para entrar no debate e levar a impressão de que o presidente Lula era a favor do aborto. É público e notório que o presidente era, e é, contra o aborto. Estes perfis não entravam de forma raivosa no debate. Entravam de forma sútil, como um participante comum, estimulando idéias para depois inserir frases como: “pois é, por isso eu não voto no Lula, ele é a favor do aborto”. O raciocínio destes perfis genéricos é contar com a desinformação do eleitor, que muitas vezes não conhece a opinião de um candidato sobre diversos assuntos. Por isso, antes de tudo, é importante que o eleitor se informe sobre a opinião do seu candidato sobre assuntos polêmicos.

O candidato na web

Para quem deseja se candidatar a algum cargo público é preciso marcar presença na rede. Como? Criando perfis nas principais redes sociais para participar de comunidades. Redes sociais: Orkut, Twitter, Linkdin, Flickr (fotos) e Facebook. O candidato precisa se dedicar, em algum momento, a alimentar seu próprio perfil. Os usuários esperam sempre, nas redes sociais, que o cidadão do outro lado do perfil seja real e esteja presente incentivando o debate com propostas de campanha e soluções, gerando informações exclusivas para seus seguidores. Na impossibilidade do candidato não conseguir manter a interação, não adianta colocar um assessor para dar atenção ao público. Esta prática é facilmente identificada pelos usuários. O ideal nestes casos é criar um perfil da chapa para estimular o debate.

Comunidades no Orkut são sempre interessantes para debater e também para lançar informações de campanha para a base de eleitores e militantes. Ex: um texto de campanha pode ser imediatamente lançado na comunidade, que o replica em blogs e outras redes sociais.

Frequentar comunidades de candidatos concorrentes? Sim, desde que seja para se defender de ataques e debater com propostas. O candidato nunca deve cair em discurso de provocadores nas redes sociais, pois é isto que eles querem: a desmoralização diante do público. O candidato só deve responder questionamentos sérios, mesmo que divergentes das suas idéias.

Website

O website deve ser padrão, com todas as propostas, e em formato multimídia, com publicação imediata de textos, áudios, vídeos e fotos em sequência de blog. Os conteúdos são independentes e não precisam mais de conjugação entre si. Uma foto com legenda é um post, um vídeo, áudio, mesmo que isolados, é conteúdo que pode ser replicado em blogs. Isso tudo não impede que sejam feitos textos consolidados, mais parrudos de informação. Claro, podem existir, mas pensem nos conteúdos isolados para difusão.Usar licença Creative Commons para tudo é o mais adequado. O Copyright só restringe a difusão da informação uma vez que as pessoas perdem tempo para conseguir autorização e acabam desistindo de replicar, burocratizando o comitê. Quanto mais o conteúdo circular, melhor para o candidato. Se o cidadão tiver que ligar, mandar e-mail, passar fax ou enviar carta para pedir autorização de uso, ele desiste. A autorização deve estar embutida em toda a licença do site, afinal, tudo é público.

Boletim de campanha

Todos os dias deve sair um boletim de campanha do candidato, pela manhã ou a tarde. O ideal se possível é que saiam dois boletins. Conteúdo? Propostas de campanha em todas as áreas possíveis, eventualmente respondendo questionamentos dos opositores. Sempre propositivo, estimulando a base de militância em suas ações. O boletim deve ser produzido em formato jornalístico, com fotos, textos e infográficos explicativos, sempre pensando que o material pode ser impresso e distribuído por quem quiser. É material de campanha que deve ser distribuído por e-mail para o mailing de campanha e publicado imediatamente no site com recursos multímidia para enriquecer o conteúdo. Publique sempre versão em PDF dos boletins para download.